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ALGO A MAIS ALÉM DA MÚSICA



A verdade é que o forró se tornou algo além do que três músicos tocando em períodos juninos, ou em anos eleitorais executando os tais jingles de campanhas. Na verdade, o tradicional ritmo musical nordestino passou a levar para os seus eventos, um espetáculo que passou-se o além do ouvir e dançar, afinal estar em um evento é porque não dizer, apreciar também com os olhos.

Semelhante a outros estilos musicais, a modernização do forró alterou-se a ponto de equiparar-se com grandes eventos internacionais. Pode-se dizer também que o maior exemplo para isso está nas turnês da banda Limão com Mel, essa que ajudou a moldar bastante essa equação entre música e espetáculo dentro do gênero.

Claro que o Forró Mastruz com Leite já teve em sua longa caminhada, uma estrutura com a qual viajava para ser instalada onde a banda ia se apresentar, tudo dentro da era tecnológica com a qual tínhamos na época, algo bem diferente do que vemos hoje. Se permite-me citar algo dentro de uma outra vertente, basta buscar algumas imagens de shows da banda de rock Iron Maiden.

Na realidade atual, o forró moderno foi se adaptando as realidades econômicas, enxugando onde era visível enxugar: assim foram sendo retirados aos poucos as estruturas que acompanhavam as bandas, o corpo de ballet, músicos que poderiam sofrer alguma adaptação por algo ou outro instrumento já presente, e certamente outras pequenas mudanças distantes dos olhos dos fãs.

Em circunstâncias como as que passamos em virtude da Pandemia mundial causada pelo Covid 19 que tem assolado o mundo, o aspecto do entretenimento ainda tem identificado cenários adaptativos, em especial os eventos com shows através de seus protocolos de segurança sanitária. Porém, observar essa questão de modo estagnado e não como um ciclo com o qual mais dia menos dias acabará, faz desse pensamento um ato falho, e assim o que teremos serão shows cada vez mais presentes com uma busca cada vez maior pelo público sedento em dançar forró.

Pensando dessa forma, e dentro de uma perspectiva minúscula do funcionamento financeiro de uma organização de um grupo musical, podemos dizer que o fator comodidade econômica poderá ser uma realidade presente nos escritórios musicais, fazendo com que cada vez mais seja atendida as exigências da massa que compra (não seus produtos) o passaporte para ver a apresentação de seus artistas.

Uma das curiosidades nesse aspecto de mudança para um show, pode ser de um simples arranjo dos músicos no palco - como já pude ver shows do Mastruz com Leite com a Vídia e a Adjara no centro do palco no lugar da bateria - até do vocalista chegar no palco via tirolesa.

Nunca é demais lembrar que o foco em um show musical são as canções, principais estrelas do evento. Contudo, outros aspectos os quais a compõem, devem sempre ser incorporados na busca de melhorar a experiência do seu público. 

Infelizmente o forró tem seguido uma tendência em que enquadram as suas canções a bebedeira. Simples estratégia para capitalizar financeiramente as casas de eventos, deixando de lado outras características que são inerentes ao gênero e classificando-a como um braço do "sertanejo" comercial.

A verdadeira marca do apreciador, daquele que curte o evento, vai além desse simples fator citado anteriormente, afinal, há diversas possibilidades que aguçam à vontade do querer rever um show daquele artista, no caso do Forró Mastruz com Leite, algo além da sua rica discografia.

Será que chegou a hora de pensar numa possível retomada em termos nos shows da banda, uma estrutura que faça existir essa degustação por parte de seus fãs e público? Possibilidades de vermos telões, figurinos, pirotecnia, uma estrutura de palco e luz própria com a qual pudesse indicar a turnê que estaria divulgando e consequentemente trabalhando-a? Que saíamos apenas da vendagem de mesa bistrô? Acho que há sim.

Lembro-me quando bem jovem, de ir a show do Mastruz com Leite e ver lá no fundo do palco uma tela, não de LED e sim de pano mesmo, com a logomarca da banda e a imagem daquele belo chapéu que estampa o CD Acústico. Isso também pude ver - desconsiderando a parte cronológica do tempo - com a logomarca do Mastruz com Leite é Brasil... 

Brincadeira ou não, lembro-me também de ver Kátia Cilene, Bete Nascimento e Ana Amélia se intitularem "As Super Poderosas do Forró", numa espécie paródia ao desenho das "Meninas Super Poderosas", onde ambas cantoras usavam uma camiseta com o respectivo desenho. Dessa época ambas usavam aqueles cachecóis de plumas, nada apurado, certamente por vontade própria e que querendo ou não, alterava o aspecto do show. Ouve show onde meus olhos também puderam ver aquelas cortinas que estão presentes no CD Ao Vivo volume 5, dentre outras lembranças.

Talvez eu possa está sonhando alto, até porque explanei a respeito dos fatores econômicos que atualmente inviabilizam a indicação dessas possibilidades, mas nunca é mais sonhar, afinal ainda é de graça.

Se um dia o forró, e em especial o Mastruz com Leite voltar a ter uma estrutura de shows com as quais além de me tirar sorrisos da face, me tire lágrimas dos olhos de emoção, poderei, talvez, pendurar o meu chapéu e as minhas botas de forrozeira pelo fim desse meio anseio de mastruzeiro.

E você, o que gostaria de rever/ver nos shows do Mastruz com Leite?

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