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“Fala pessoal, sou Wesley Rodrigues do Fã Clube Arrocha o Nó. Hoje, dia 06 de janeiro de 2022, primeira quinta-feira do ano...” E era assim que estava preparado para iniciar a gravação do vídeo que daria mostra de que o canal do Fã Clube no Youtube seria mais usado. Contudo, o vídeo que iria ao ar no dia de hoje, na verdade não mais seria de um material programado, afinal, todos nós – fãs da Mastruz com Leite ou não – tivemos na terça-feira (04) um dia repleto de indagações, questionamentos, reflexões, comoção, impotência... e outras sensações que sempre o suporte do dicionário se torna falho para tratar a respeito de um assunto cruel como se apresenta o de assédio sexual.

Antes de continuar nas linhas abaixo, gostaria de deixar claro alguns pontos que considero importante, e evitar interpretações errôneas. O primeiro é o de não usar do nome da cantora (com exceção ao título); espero que todos compreendam que ela já se expos além da conta, e que meus olhos estão cansados de ver dezenas de suas imagens às lágrimas. Espero que assim, ao menos esteja respeitando-a, bem como toda a sua família. O segundo ponto trata sobre as abordagens administrativas e judiciais. Ainda na terça-feira a produção da banda publicou uma nota pública (pode ser lida no perfil do Instagram), norteando sobre as medidas tomadas até o momento, além disso os outros quesitos que tangem a parte do agente, do delito e das medidas judiciais, não cabem a mim expor opinião, afinal é uma situação a qual inclusive foge de minha ossada de formação. Por fim o último ponto, onde usarei o termo “suposto” sobre o fato ocorrido, pois como disse anteriormente é um caso que caberá aos agentes de justiça julgar e deliberar o resultado, respaldando-nos para novas posturas quanto a forma de se portar. Todavia, não tenho o poder de julgar, mas possuo todo o dever de apoio.

Como bem disse, na verdade eu tinha um outro vídeo programado para trabalhar e ainda nesta semana publica-lo no canal do Youtube, porém, a vida prega diversos caprichos aos quais me impossibilitaram de publicar o material, bem como grava-lo. Além de estar sem acesso à internet, meu computador tem apresentado problemas, atrapalhando-me em tudo. Talvez não seja necessário, mas toda precaução é pouca. Gostaria de deixar claro que existem ferramentas de programação para publicação, as quais vocês podem ter visto em nossos perfis sociais, como por exemplo, o banner do show de ontem (Arez-RN) em nossos feeds, sem que anteriormente não tenhamos nos pronunciado a respeito do caso. Não me falta espirito para saber que a prioridade em si é tratar do suposto crime, só que os problemas causados nos meus instrumentos de trabalho vieram em boa hora para não sair cuspindo palavras aos quatro ventos sem antes por a cabeça para pensar.

Obviamente que toda essa dificuldade me fez ter calma e bastante cautela para não tratar de algo dessa envergadura ainda no calor do momento, e como todos sabem, o tempo de ver o vídeo é diferente do tempo de ler algo. Assim, peço de antemão desculpas pelo texto enorme já que não consegui produzir o vídeo. Estamos falando de uma situação, onde supostamente uma pessoa estava praticamente indefesa e fragilizada, abusada sexualmente por alguém conhecido e de confiança de seu cônjuge. Obviamente também, que mesmo se eu estivesse com todo o aparato de trabalho funcionando para gravar o vídeo, eu não tinha a menor condição de produzi-lo no dia em que o caso foi à público.

Como se fosse uma situação na esfera matemática, vou tentar então no dia de hoje dar 10% de atenção para o caso, e 90% e alguns pingos a mais de apoio. Quem sabe assim evitar juntar-se ao desgaste com a qual a mídia escrita e falada tem usado a imagem da cantora. Contudo, gostaria de parabenizar aos músicos e fãs pelas bonitas formas de incentivos a ela, pelas palavras de coragem de carinho, suporte e apoio, somando-se em uma espécie de corrente positiva para a interprete.

Claro que gostaria de dar um pouco do meu testemunho a respeito dela, assim como tanto anônimos que intercalam em admiração e nervosismo ao poder ter um contato com uma pessoa tão talentosa, que transcende simplicidade e carisma, e encanta qualquer um com o seu dom. Infelizmente ainda não tive a satisfação de conhece-la pessoalmente, desde quando ela começou a fazer parte dos vocais do Forró Mastruz com Leite, na única vez que a banda esteve na capital sergipana eu estava impossibilitado de ir curtir o show, e claro, tieta-la. Com as interrupções da nossa homenagem aos 30 anos da banda pioneira do forró eletrônico, sempre busquei meios legais para que os atuais vocalistas pudessem me dá a honra de entrevista-los, onde ela e somente ela, foi a única que me deu retorno. Com a volta de alguns shows presenciais e com as minhas atribuições finais da graduação, ainda não chegamos marcar um dia para a realização dessa entrevista.

Não tenho muito apego as redes sociais, confesso, tanto que a minha namorada é quem me dá diversos toques sobre o que se passa com integrantes e ex-integrantes da banda, afinal, a grande maioria usa os stories do Instagram para expor algo que faz no momento. E é a minha namorada também que já me relatou por diversas vezes que é essa cantora do Mastruz com Leite que vira e mexe reposta em seu perfil algo que colocamos do nosso fã clube. Creio que não preciso expor que isso não está sendo relatado aqui como peso no meu posicionamento quanto a um ou outro músico, não se passa apenas de um relato no foco de alguém que está na situação aqui tratada. Sempre enxerguei a banda como um todo, não há mais carinho ou admiração aqui ou acolá.

Para quem assim como eu pôde acompanhar quase em sua totalidade todos os concursos que escolheram os vocalistas para se integrar ao Forró Mastruz com Leite, me lembro bem do dia em que sentei na varanda de casa com o meu antigo notebook para acompanhar aquele concurso do ano de 2018, e senti em mim todo o nervosismo e apreensão que aquela candidata que viria a se integrar a minha banda predileta passava. Mesmo com o lançamento do single “Apaixonada por Você” em sua voz, até os dias de hoje eu fico sempre ansioso e vibrando para poder ouvir algo em sua voz, tão doce e ao mesmo tempo tão forte. Assim foram os outros produtos da banda como o MP3 “Terapia”, os vídeos do Acústico Imaginar, as canções agora eternizadas em sua voz no DVD Acústico, assim como os singles gravados. Devo ter cansado amigos próximos e familiares a pedirem que: “Ei, ouça isso aqui, é a música “Tempo Para Tudo”, olha que lindeza”. Além disso, lembro como se fosse hoje também que na primeira live do Forró Mastruz com Leite, em que ela retorna à banda pós gestação, que os diálogos aqui em casa foram de: “Ela voltou foi com fogo, olha como canta e dança!”; “...tão linda, parece uma índia...”. Sem mencionar o tão agraciado que todos nós fomos em poder acompanhar toda sua gestação até ver em seus braços a Pin-pin-pin, coisa linda e abençoada por Deus. Ela é assim não é?! uma coisa linda também abençoada por Deus. Tenho plena convicção que rodeada de pessoas que a querem bem, que a adoram, a admiram, a respeitam e que conquistou uma fanbase de centenas de milhares de fãs espalhados por todos os cantos.

Voltando um pouco no tempo... Quando foi divulgado na época em 2018 que a Mastruz com Leite faria mais um concurso para escolher uma nova voz, eu pensei: Mas para quê? Não precisa! Está tudo tão bem.” E hoje eu não me canso de elogiar aquele concurso e agradecer que as minhas lamúrias não foram ouvidas, pois se depender de mim ela não sai da banda tão cedo.

A Mastruz com Leite, o Forró Mastruz com Leite desde os meus 14 anos me deu, na verdade continua a me dá vários amigos. Pessoas com as quais mantenho contato mesmo que não diário, mas que vez ou outra trocamos algumas palavras. Mas certamente, não esperávamos trocar mensagens da banda que nos uniu e criou a nossa amizade, a respeito de um assunto delicado como esse. Na verdade, mandar mensagens para os meus amigos Mastruzeiros foi uma espécie de tentativa para amenizar os pensamentos ruins, pois não foi fácil... não está sendo fácil digerir toda a situação. Para mim, a melhor forma de me manter mais calmo e buscar reflexão era ao menos o de estar próximo de pessoas que eu conhecia e também a admiram, e assim nos ajudar para de alguma forma também poder ajuda-la.

A um tempo atrás, creio que por volta do mês de outubro, solicitei para entrar novamente no grupo de um aplicativo de comunicação instantânea em que estão os administradores de alguns fã clubes do Mastruz com Leite. Meu motivo de ter saído foi explicado lá em cima quando disse que não possuo muita paciência para redes sociais e similares, acho que por ter trabalhado no campo da informática e ter pego a época de Orkut, ICQ e MSN me deixaram bem saturado. Mas a questão é que foi nesse grupo citado, onde um colega expos por lá uma frase, e que algo de muito ruim estava acontecendo com a cantora. Comecei a ver sozinho, mas logo chamei a minha namorada que coincidentemente nesse dia estava comigo. Todo o relato é longo e muito doído. Ficamos numa situação de impotência. Nessas horas trocaria todas as palavras por um simples abraço, pois é assim que quero recebe-la quando nos encontrarmos, um abraço verdadeiro como ela sempre, desde que ingressou na banda mostrou ser; verdadeira. Ontem, no meio de tanta tristeza com o relato exposto, o que eu posso dizer no meio desse turbilhão é que tenho um orgulho imenso por ela, por ter visto tanta coragem em uma pessoa.

Ficamos aqui no aguardo de todos os desdobramentos do caso. Como bem disse, não posso me portar como figura julgadora do caso e nem portar como uma espécie de relator, pois cansei de ver a imagem da suposta vítima exposta onde o mesmo não acontece com o suposto agressor, o qual usará seus meios de defesa que lhe é dado. Cabe agora que nós fãs possamos fazer além de uma corrente de pensamentos positivos, que aproveitemos essa facilidade das redes sociais para mandar mensagens de carinho e apoio para a cantora. Já a justiça, que aja de modo correto, coerente, transparente e principalmente punitiva. 

Já tivemos a perspectiva de diálogos em coretos em praça pública, e até aqui mesmo na internet os fóruns de discussão por vezes foram debandados por descritas improdutivas. O próprio Youtube já teve a ferramenta de vídeo resposta para que pudéssemos construir debates positivos, porém o que temos hoje são instrumentos que deram vozes as que deveriam ser ignorados e excluídos da discussão, pois não acrescentam em nada ao assunto. Questionamentos podem ser feitos, porém, se você é daquele que pré-julga algo desse caráter com o simples fato da segurança na confiabilidade de outrem, ou pior, se releva o ato ou aprova algo de qualquer característica de assédio, peço licença para usar uma frase do jornalista Luiz Felipe Carneiro para dizer que rogo do fundo do meu coração que você se exploda, pois você é um desperdício de ar para o planeta.

Fecho essa espécie de carta aberta demonstrando o meu anseio em acompanhar os desdobramentos do fatídico caso. Que todo o certame se comprovado no seu fim, nos respaldem para que ao invés de existir preocupação em proteger o nome da vítima e de seus familiares, possamos aqui expor o nome do autor desse ato sujo, repugnante e imoral.

 


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