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POR QUE GRAVAR CD OU DVD AO VIVO, E PORQUE EM ARACAJU?

Mastruz com Leite em Aracaju

O público sergipano e o Forró Mastruz com Leite merecem que isso aconteça.


Eu sei, eu sei, é claro que vai vir um pensamento bairrista justamente por saber que estou falando e defendendo meus votos em ser sergipano e que isso facilita a defesa de meu posicionamento, entretanto, com todas as experiências vividas e já experienciadas, não somente no período junino, posso garantir que as expectativas foram totalmente superadas, dando coerência a esse título do nosso bate-papo desta semana.


Durante os meses que antecederam o esperado São João eu estava com total desmotivação e baixas expectativas para o que viria. No máximo ligaria o som de casa, certamente iria para um show do Mastruz com Leite caso fosse possível - e graças a Deus foi -, e com àquele espirito de ancião que agora tenho eu comeria, beberia algo, assaria um milho e dormiria cedo, pois o mundo business do forró nem tem sido muito atraente (exceto aqueles que estão ainda aí defendendo a nossa bandeira).


Isso é justificado por ter visto com esses olhos que a terra um dia há de comer, em anos que antecederam a pandemia: pagodão na noite de São Pedro, artista que deu a rotulação de uma das festas mais tradicionais do Nordeste ficar de fora do evento, tantos e tantos outros serem substituídos por cantores do "sertanejos", axé, samba, música eletrônica (repito MÚSICA ELETRÔNICA) e no final, quem achou ruim reclamou entre seus pares, já o outro lado resolveu soltar um viva a algo que tem chamado de diversidade.


"(...) Não vamos generalizar, mas eu acho que tem muito nordestino que falta ter amor no peito e o orgulho de ser nordestino". (Flávio José, Aracaju 2023)


Evitando um prolongamento desta discussão e não querendo tangenciar demais o tema do artigo, o que vale é que em mim faltava desejo em ir para uma noite de shows, afinal, o bom Deus tem levado aos poucos alguns grandes para fazer as festas nos céus e aos heróis que ainda ficam e persistem se sentem desmotivados e desvalorizados e raramente são convidados a se apresentar. Vi neste ano, nessa coisa excelente que agora temos de poder apertar apenas um botão e ter acesso a transmissão ao vivo de shows juninos em vários locais, situações opostas de atitudes. Assim foi o caso da cantora Elba Ramalho, eximia interprete que em uma noite de apresentação questionou ao público: "... porque vocês estão de costas para o palco? (...) Onde vamos parar, meu Deus?!" à um contraste de:  "Que plateia é essa!" (em tons de êxtase) ao realizar seu show aqui em Aracaju.


"Ah! Mas isso é fácil falar, só porque Elba Ramalho foi agraciada com o título de cidadã Sergipana. Foi por isso que ela tomou essa atitude!". Tudo bem, não peço para acreditar nas minhas falas, coloco logo mais abaixo o link de ambas as transmissões e você poderá assistir tanto ao show na cidade de Santa Cruz do Capibaribe e o daqui em Aracaju (por favor, sem cortes para evitar falsas interpretações) e tirar suas próprias conclusões. A ideia não é gerar um debate vazio, mas mostrar fatos que gerem reflexões.


Link do show em Santa Cruz do Capibaribe

Link do show em Aracaju


Com a confirmação de Mastruz com Leite abrindo a noite das festividades juninas de Aracaju era evidente que a minha felicidade estava nas alturas. Questionado sobre a capacidade do espaço e do tamanho do público que possivelmente sairia de casa para vê as atrações numa noite de quinta-feira, agi com bastante honestidade com as minhas previsões do que estava por vir. Dizia para alguns que naquela noite, muitos até iam, mas a grande gama do público certamente iria para o local do evento somente para ver um outro artista específico que se apresentaria naquela noite; não tanto pela banda mãe.


Apesar dos pesares, o Mastruz com Leite não é um grupo de mainstream, ou seja, mesmo com 33 anos de história a banda faz parte daquele seleto grupo de artistas nacionais que pela forma como a massa popular atualmente consome música, esse artista dificilmente conseguirá modificar seus shows e quem estaria por lá para ver a banda mãe, muito provavelmente não seria uma grande maioria curiosa afim de ver qualquer tipo de novidade.


Veja, para quem já viu Mastruz com Leite - e posso citar bandas como Forró Cavalo de Pau - ser capaz de fechar um estádio de futebol como única atração, tocando para um público que iria só para ver o seu shows, mas que agora ter que se sentir por satisfeito de vê-la se apresentando em locais para um público ínfimo, consumidor de forró como se estivessem curtindo com uma caixa de som, capazes de saírem do evento sem se quer derramar uma gota de suor.  Tudo isso me respaldando por acreditar que naquela noite aqui em Aracaju muitos iriam embora quando a banda mãe fosse se apresentar.


Para uma grata surpresa, o público ficou. Não, o publico não apenas ficou, de forma plural eu posso dizer que o destaque do São João deste ano não foi uma nova música, não foi o surgimento de um novo artista ou um resgaste de um outro e sim, o destaque ficou para o público Sergipano! Como eu disse, ainda bem que atualmente podemos ver e rever todas as transmissões com apenas um click, onde convido-te para assistir a apresentação da pioneira do forró eletrônico no palco do Arraiá do Povo localizado na Orla de Atalaia e novamente fazer você tirar suas próprias conclusões.


De arrepios a captação uníssona do coro, de comentários como relatos de emoção da jovem cantora da banda que se surpreendeu com o público, de frases de desejos de gravação de DVD das quais subsidiam aos momentos de encantamentos por parte dos cantores, e muito, muito mais.


Diferentemente de shows privados, mesmo com forró, cujos empresários encontraram naquelas (odiosas) mesas com baldes de bebidas no meio da pista fazendo lamaçal, ocupando o espaço de dança  e do público que mais parecia que estava indo para uma noite de metal no Rock in Rio ou fazendo cosplay de manequim de vitrine de loja, sem se quer dançar ou se mexer numa noite de forró (como pode ir para um forró e nem se quer dançar sozinho?!), aqui o que vi foi o colorido, a alegria, o cantar e o dançar, sinônimos de uma noite de festividades juninas.


"Eu tenho inveja de quem dança agarrado, gente. É muito bom" (Flávio José, Aracaju 2023)


Eu poderia ir mais a fundo, continuar a discorrer sobre o tema, e isso muito provavelmente talvez fizesse metade dos que acessam esse artigo desistirem de chegar até o fim. Logo, resolvi fazer algo que relutei bastante, pois quando vou para os shows (e com o Mastruz com Leite não é diferente), gravar e fotografar é uma das últimas ações que penso em fazer. Assim, resolvi copilar em um vídeo as gravações que foram feitas pelo Miller Souza, disponibilizadas na época no Instagram da banda e aqui acessível para quem não chegou a ver.


Talvez, talvez mesmo, se um dia essa vontade de DVD saia do papel e do plano das ideias, a banda teria que fazer um pré-trabalho enorme com o intuíto do grande público não queria ir para a gravação achando que vão só ouvir as músicas que querem de outrora, ou seja, os sucessos que conhecem, pois eu e sei que você fã que acompanha mais de próximo o andar do grupo irá por isso e por muito mais do que já estamos vendo a mais de três décadas.


Convido então a vocês assistirem o vídeo e ficarem felizes com tudo isso que aconteceu, assim como eu ficaria se isso fosse em qualquer outro lugar, afinal, logo menos eu ligaria para ti mesmo se for de um outro Estado, solicitando também a separar um local na sua sala de estar para eu pernoitar pós uma noite de gravação de DVD do Forró Mastruz com Leite em sua cidade. CD oficial, DVD oficial, não sei o que sei é que Mastruz precisa de Aracaju assim como Aracaju precisa eternizar algo com a Mastruz com Leite. 


P.S.: Não seria diferente com o Forró Cavalo de Pau (soltei!)


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